LAGO DE IMUNDICES
Todos sentados na mesa, cada um com sua comida caseira. Uma mistura apetitosa das receitas, e ele pensando que a avó podia mesmo ter um presente para ele na bolsa no armário. Comeu apenas um ou outro pedacinho de beterraba, mas ganhou o presente mesmo assim. Um barquinho com duas pazinhas como remos. Era como se a avó esse tempo todo não se importasse dele brincar com naquela água suja. O turno começava no final da madrugada. Antes de amanhecer já estavam no ônibus. Pelo caminho as colegas iam subindo. Gordas e magras, altas e baixas, de todas as cores e formatos, todas feias. Olhando pela janela, ele brincava com os cinzeiros nos bancos. Quando descia elas o carregavam por vielas escuras, enquanto as pessoas dormiam. Ele achava que a avó trabalhava em um castelo, por isso gostava acom...