ESCRAVO REPRODUTOR
C erta manhã os brancos tiraram Kutsiva do meio dos escravos na plantação. A família do escravo entrou em pânico, pensando na desgraça que poderia ter caído sobre o rapaz. Pamuviri, sua irmã, caiu exasperada no meio do cafezal, enquanto seu pai balançava a cabeça e dava o filho como morto. A mãe de Kutsiva sentou-se no chão e esperou que os homens viessem para lhe espancar até a morte. E eles vieram. O escravo desceu do cavalo nos fundos de torra. O fazendeiro bateu com força sua bengala dourada entre suas pernas. Kutsiva se curvou de dor e perdeu o ar, enquanto os brancos davam gargalhadas. Todos d esceram até o portão. Lá debaixo, em um ambiente escuro e muito quente, por conta das fornalhas acima, estava uma mulher nua, presa a uma estrutura de madeira que não se assemelhava a nada que Kutsiva já havia visto. Tudo o que se podia ver pela luz da lamparina na parede eram suas nádegas e pernas escuras.