VULCAN
Ele sorriu e fez uma graça para disfarçar seu desgaste físico ao puxar mais uma vez a corda de arranque com suas mãos dentro de luvas de algodão. As crianças riram alto, como filhotes de hiena. Sua assistente de palco, que também era sua namorada, olhou para ele com apenas a cabeça de fora da caixa preta e lustrosa, dando a entender com seus pequenos olhos azuis o quanto ele estava ridículo fazendo aquilo. Enquanto ajeitava sua cartola, pequena demais para sua cabeçona, o mágico tentou lhe dizer algo por entre seu sorriso quadrado, que a moça não conseguiu entender. Era que ela estava muito bonita com as lentes azuis. Quando finalmente a coisa ligou, acabou assustando as crianças que não esperavam pelo barulho. Sua namorada havia lhe dito para não fazer esse truque em uma festa infantil, mas ele insistiu que precisava praticar.