ENGRENAGENS
As engrenagens giravam diferente na noite do acontecido. Soltavam fumaça colorida e faíscas luminosas. Faziam o som de tamborins e castanholas, enquanto ajudavam a subir e descer os cilindros daqueles sistemas intrincados. No manhã do dia seguinte, c ozinhando debaixo de um cobertor, ele se esforçava para transformar o que havia feito em um faz de conta. Um sonho estranho, com uma grande reviravolta. Tentava se esconder da culpa pelo que fez a única pessoa que conseguiu convencê-lo de que amava alguém. Subindo a maré negra de melancolia em sua cabeça, lembrou que suas engrenagens ainda funcionam, diferente das dela, amarrada a uma balança no fundo do mar, com uma trincheira aberta no crânio. Ouviu mais sons vindo da cozinha. Pensou que uma hora teria que levantar e ver o que era. Considerava estar sozinho, e pensou na possibilidade de serem ratos. Queria ligar para a polícia e confessar o crime, e depois para a mãe, e dizer qu