TRAFICANTE CONSTRUIU PALÁCIO DO MUSEU NACIONAL

Luso-libanês ganhou fama e dinheiro com o comércio de escravos


Cena do filme "Vazante", 2017

Vista do palácio reproduzida por De Bret, 1817
        Elias Antônio Lopes foi considerado um dos maiores traficantes de escravos do século 19. Além do tráfico negreiro, Elias fazia comércio de produtos têxteis indianos importados de Goa e Malabar.

        Foi no tráfico negreiro que Elias conseguiu prestigio na elite dos ricos cariocas, naquela época composta na maior parte por pessoas desse ramo de negócios. Em expedições a África, o luso-libanês explorou o ocidente e o oriente do continente africano.

        Na época o comércio de escravos era extremamente lucrativo para os que tinham grandes somas para investir. Elias aproveitou esse período muito bem, aumentando cada vez mais sua fortuna. Ele foi proprietário de três navios, responsáveis por fazer viagens regulares através do Atlântico.

        Uma das expedição de Elias Antônio Lopes, ocorrida em 2 de abril de 1814, reportada no jornal A Gazeta do Rio de Janeiro,  está disponível na internet em formato digitalizado. Em nota, a publicação informa a chegada de um carregamento de escravos adquiridos por Elias, que regressou ao porto após uma viagem de 62 dias.

        Em 1803 Elias começou a erguer no Rio de Janeiro um magnífico edifício em estilo neoclássico, terminando a obra em 1805. Quase cem anos depois esse palácio construido por ele abrigaria o museu que se tornaria o maior do Brasil.

       Em 1808 Elias presenteou o então príncipe regente Dom João VI com seu palácio na Quinta da Boa Vista. Em documento de 1810, disponível na Biblioteca Nacional Digital, autor anônimo descreve o encantamento do príncipe em visita ao palácio com vista para a  Baía de Guanabara.

       Trecho do documento: "Eis aqui uma varanda real. Eu não tinha em Portugal uma cousa assim" disse o príncipe. "Hoje", respondeu Elias, "hoje é que Vossa Alteza a faz Real com sua presença".
 

       Por seu presente, Elias foi condecorado Comendador da Ordem de Cristo, Fidalgo da Casa Real e administrador da fazenda. Mais tarde, Elias se tornou corretor e provedor da Casa de Seguros da Corte, também responsável pela arrecadação de impostos em várias localidades.


 
Principais fontes: Biblioteca Nacional Digital, ANPUH, Acervo Digital, e Wikipédia,

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