A GRANDE CAÇADA AOS TUBARÕES

Fonte da imagem: Mercado Livre
        Quando encontrei A Grande Caçada, ela estava em uma garagem que serve apenas para acumular tralhas. Meu livro estava no meio de documentos manchados e amassado, dividindo uma caixa de papelão com um ninho de ratos. Foi uma lástima, mas a felicidade de encontrá-lo foi tanta que eu desconsiderei o pouco cuidado que tiveram com ele.

        A Grande Caçada aos Tubarões - Histórias Estranhas de Um Tempo Estranho, livro de um dos meus autores favoritos, Dr. Hunter S. Thompson. No livro estão suas principais histórias, dos anos 60 e 70, escritas para a Rolling Stones Magazine. São temas as eleições presidenciais norte-americanas, o movimento hippie, o caso Watergate, e outros assuntos muito interessantes, vistos pela ótica do jornalista maluco. Esse é um livro relativamente fácil de ser encontrado. Comprei o meu por R$ 30, há uns dez anos atrás, através da Estante Virtual. Em uma pesquisa rápida, vi que atualmente o preço médio de uma edição em bom estado de conservação está em torno dos R$ 60.

        "Nenhum outro repórter revela, de maneira tão hilariante, o quanto temos que temer e repudiar" - Chicago Tribute, sobre o livro.

        Uma das minhas histórias favoritas do livro é quando Hunter conta a história de quando conheceu o artista britânico Halph Steadman, e como juntos fizeram a cobertura da famosa corrida de cavalos, Kentucky Derby. Ambos absolutamente bêbados Steadman fazendo seus rabiscos em pedaços de cartolina, e Hunter tentando fazer das suas anotações desconexa um texto decente.

         Com certeza esse é um livro que vale a pena se ter na coleção. Principalmente se você for um estudante de jornalismo, ou jornalista.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

TRILHOS DE TREM

               O trem fantasma deixa um rastro de fuligem pelo caminho. Uma trilha alta e escura que demora a se abater.                O maquinista não conta o destino, e jamais diminui a velocidade. Quando uma criança se assusta e abraça sua perna torta, ele a ergue pelos cabelos e joga no fogo.                "Mais uma. Mais uma. Mais uma."                A tampa fecha e o fogo continua sem parar pelos tubos da fornalha, impulsionando a máquina regulada para o máximo.                  A luz do sol não esquenta o suficiente.                No caminho a tripulação vê os restos dos que se arriscaram pelo deserto.                Até as crianças sabem que sempre haverão trilhos de trem.
CONTINUAR LENDO »

LAGO DE IMUNDICES

              Todos sentados na mesa, cada um com sua comida caseira. Uma mistura apetitosa  das receitas, e ele pensando que a avó podia mesmo ter um presente para ele na bolsa no armário.           Comeu apenas um ou outro pedacinho de beterraba, mas ganhou o presente mesmo assim. Um barquinho com duas pazinhas como remos. Era como se a avó esse tempo todo não se importasse dele brincar com naquela água suja.            O  turno começava no final da madrugada. Antes de amanhecer já estavam no ônibus. Pelo caminho as colegas iam subindo. Gordas e magras, altas e baixas, de todas as cores e formatos, todas feias. Olhando pela janela, ele brincava com os cinzeiros nos bancos. Quando descia elas o carregavam por vielas escuras, enquanto as pessoas dormiam.              Ele achava que a avó trabalhava em um castelo, por isso gostava acompanhá-la quando podia. Na verdade ela era faxineira em um motel que a arquitetura tentava imitar algo medieval. Tinha pequenas muralhas e torres de defesa
CONTINUAR LENDO »

SOLIDÃO

               O casal de gêmeos estava cada vez mais agitado. As brincadeiras de cunho divertido crianças, estavam passando a se tornar ataques agressivos um ao outro. Os pais já não sabiam o que fazer, e sendo bem sinceros, também diriam que estavam perdendo a paciência de estar ali.                 A família estava ali por um motivo, e era apenas por esse motivo. Nunca foram muito afeitos ao velho, queriam apenas saber se o boato que ouviram era verdadeiro. Eles já haviam ouvido falar daquilo por duas primas de segundo grau de Roger, e também pelo seu tio alcoólatra, mas foi mesmo depois que seu irmão ligou contando a história, que eles consideraram mesmo a possibilidade do boato ser verdadeiro.                 O avô finalmente terminou a história que contava. Era para ser uma história engraçada, mas ninguém nem ao menos sorriu no final. Ele entendeu o recado. Declinando a velha poltrona de couro manchado, terminou o resto da água do copo. Suas mãos estavam enfaixadas com ataduras v
CONTINUAR LENDO »