A MORTE DE HEMINGWAY

“Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”, Ernest Hemingway

Fonte: Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy

         Ernest Hemingway  costumava acordar religiosamente às cinco da manhã, todos os dias, e seguir escrevendo até o meio-dia, sem intervalos. Não deixava que nada interferisse com essa rotina. Segundo os filhos, escrever era tudo para o pai. A ideia de um dia não poder mais escrever aterrorizava Hemingway, e foi sua disciplina com a arte que colocou seu nome ao lado do de Shakespeare, como um dos maiores da literatura mundial.

         Como pai, Hemingway era muito ausente. Gostava mesmo era de ficar viajando sozinho pelo mundo, a procura de aventuras. Mas quando estava com o pai,  seus filhos dizem que ele fazia com que se sentissem a coisa mais importante do mundo. Para o escritor, cada um dos rapazes tinha que ser melhor que o outro em algo, e a principal atividade que faziam juntos era caçar.

          A caça era um dos hobbies favoritos de Ernest, e ele era muito bom nisso. Chegou a matar mais 50 animais em um intenso safári de três meses no Quênia e na Tanzânia, em 1933. Dentre os animais, foram quatro leões abatidos. Posteriormente Hemingway romantizou a prática da caça esportiva no livro "As Verdes Colinas da África".

Fonte: Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy

       Para Hemingway, as espingardar eram armas perfeitas. Suas favoritas para caçar. Gostava de colecioná-las, de manuseá-las, e de presentear amigos com seus modelos favoritos. Ironicamente, seria com uma de suas espingardas favoritas que o escritor tiraria a própria vida.

      Era manhã naquele dia de 2 de junho de 1961, quando Hemingway se abraçou naquela espingarda W. & C. Scott de calibre .12, mesma arma que usou nas competições de tiro em Cuba, na caçada de patos na Itália e nos safáris na África, e empurrou o gatinho com o dedão do pé. Mandou tudo para o alto, e continuou sentado na cadeira que tinha resolvido usar para escrever nos últimos anos. Em seus tempos de glória, ele nunca se sentou para isso.

       O pai de Hemingway havia se matado em 1929 com sua pistola da guerra civil. Sofria dos mesmo males do filho, forte transtorno maníaco depressivo e dores de cabeça. O escritor tinha muito medo de que  suicídio estivesse em seu sangue. Ainda cinco anos depois da morte de Hemingway, sua irmã se matou, e mais tarde o irmão. Dois dos filhos do escritor, mais uma de suas netas, também tiraram as próprias vidas.

       A morte de Ernest foi uma surpresa para os fãs. Não era de conhecimento público todos os problemas pelos quais o escritor estava passando. No último ano Hemingway já havia sido internado na Clínica Mayo, em Rochester, Nova Iorque, onde passou por tratamentos de eletrochoque. O escritor tinha tentado suicídio por duas vezes antes da morte.

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