CONHECENDO UMBERTO ECO

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Fonte: Extra
      Umberto Eco foi um italiano entendido em muitas coisas. Ele era filósofo, especialista em museus, professor de comunicação, designe de artes, e autoridade em São Tomás de Aquino. E além disso tudo, também era um grande escritor. 

      Com certeza "Número Zero" não deve ser o melhor livro de Eco. Talvez o melhor seja "O Pêndulo de Foucault", como diz o próprio autor, ou "O Nome da Rosa", que ganhou o Prêmio Pulitzer. Mas foi com Número Zero que tive o primeiro contato com sua obra. Uma obra pela qual sempre mantive respeito. 

       Os romances de Umberto Eco são quase sempre históricos. Demoram anos para ficarem prontos, devido a toda pesquisa necessária. Mas com Número Zero foi diferente. Como o autor disse em entrevista a jornalista Ilze Scamparine, enquanto os livros anteriores tinham mais a ver com uma sinfonia de Gustav Mahler, esse está mais para uma obra de Charlie Parker. Também sendo um livro baseado nas experiência de Umberto Eco com o jornalismo, tendo sido ele por anos um escritor de ensaios e artigos para jornais italianos, muitas vezes fazendo criticas aos vícios do jornalismo.

       Esse livro fala sobre o pior jornalismo. Aquele cheio de truques, que manipula as informações e as opiniões públicas. Fala sobre uma equipe de "fracassados", como o narrador mesmo comenta, reunidos para fazer a primeira edição de um jornal que informará a um seleto grupo de poderosos italianos. Um jornal comandado por uma misteriosa figura chamada Commendatore

       Logo início da história é possível reconhecer diversos métodos que se encaixam em muitas teorias do jornalismo, como a teoria do gatekeeper, a teoria dos definidores primários e a teoria do newsmarking, por exemplo. Material interessante para quem está começando a estudar jornalismo.

       Número Zero foi o último livro escrito por Umberto Eco, que faleceu em 2016. É um livro curto, com pouco mais de 200 páginas, e bastante interessante pela sua premissa. Tem um início extremamente cativante, parecendo ser uma obra mais empolgante do que é. No decorrer da história se percebe  que o texto tem que ser mesmo apreciado por suas reflexões a respeito do jornalismo, e não se pode esperar mais que isso.

Fontes: Livro "Número Zero" e Entrevista de Umberto Eco

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