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Mostrando postagens de julho, 2021

VINTE E CINCO

               Eu só queria um café preto antes de voltar para a floresta, mas tinha gasto o dinheiro todo numa barra de KitKat. Eu e minha esposa havíamos começado a brigar como um casal de adolescentes, quando uma velha muito bondosa chegou trazendo uma xícara pequena de café morno e ficou me vendo beber.                 Todos ouviram o som de sinos e sentiram o cheiro de vinho tinto quando Yves voltou do banheiro. Seus cabelos pretos reluzindo tons de azul quando ela sentou ao meu lado. E a velha continuava lá parada, porque era novidade alguém do meu tamanho. Mas consegui terminar o café sem discutirmos mais.                 Acendi meu cachimbo e atravessamos a rua. Subimos aquele morro, com Yves reclamando da minha desorganização durante todo caminho. Falava da incapacidade de seguir algo tão básico na minha existência. Eu sentia meus níveis de cortisol no limite, dor de cabeça e um ataque de pânico chegando. Deveria ser um leprechaun solteiro como todos os outros, eu pensei.

O POTE DE OURO

              Meu fim começou em um dia onde  v entos fortes anunciavam uma tempestade.                Estávamos reunidos em um relvado, que compunha bem o quadro para aquele duelo. Esperávamos por um cavaleiro pouco conhecido na época, chamado Fiore dei Liberi. Meu filho Massimo se aquecia com a espada. Era um homem muito alto, forte e viril, que sonhava em ser o melhor espadachim da Europa.                Enfim,  Liberi chegou em uma carruagem guiada por um negro, junto da duquesa Maeve Ó Floinn. Devota da deusa romana Vesta, a duquesa era famosa por nunca ter sido tocada por nenhum homem vivo. Seu charme e beleza envolventes quase sempre desarmavam quem tentava evitá-la por medo do inferno, por ser famosa como bruxa.                 Herdeira do conde de Domhnall, a duquesa vivia em um pequeno  school  com seus pais, o segurança espadachim e a criadagem. Embora existissem boatos, que logo vou explicar a origem, de que Liberi havia assassinado seus pais, a mando de Ó Floins, e dado se

VINTE E TRÊS

               Estava passando pano no chão, usando um produto novo de limpeza que comprei por pena de um menino no farol. Então meu gato entrou da rua com as patas sujas, passou correndo pelo piso molhado, foi para o quarto e subiu na cama. Comecei a ralhar com ele, percebendo seus olhos esbugalhados. Logo ele começou a grunhir, se encolher, e defecou tudo o que pode, antes de morrer agarrado no travesseiro.                Conforme aquela cena sinistra se desenrolava, minha reação natural foi de me afastar. Tive a sensação de que o gato estava sendo sugado por um canudinho, e quando tudo acabou eu espiava do corredor.                Deus do céu, o que poderia ter feito aquilo? Pelas marcas que ele deixou no chão, me veio a compreensão quase imediata, vendo ele naquele poça de merda sobre a cama. Só poderia ter sido aquele produto limpeza. Uma "fórmula da morte" descartada em algum lugar público, que aquele menino encontrou e se divertia vendendo por aí. Bastava o contato com