VINTE E CINCO
Eu só queria um café preto antes de voltar para a floresta, mas tinha gasto o dinheiro todo numa barra de KitKat. Eu e minha esposa havíamos começado a brigar como um casal de adolescentes, quando uma velha muito bondosa chegou trazendo uma xícara pequena de café morno e ficou me vendo beber. Todos ouviram o som de sinos e sentiram o cheiro de vinho tinto quando Yves voltou do banheiro. Seus cabelos pretos reluzindo tons de azul quando ela sentou ao meu lado. E a velha continuava lá parada, porque era novidade alguém do meu tamanho. Mas consegui terminar o café sem discutirmos mais. Acendi meu cachimbo e atravessamos a rua. Subimos aquele morro, com Yves reclamando da minha desorganização durante todo caminho. Falava da incapacidade de seguir algo tão básico na minha existência. Eu sentia meus níveis de cortisol no limite, dor de cabeça e um ataque de pânico chegando. Deveria ser um leprechaun solteiro como todos os outros, eu pensei.