A "SUBSTÂNCIA MÁGICA" DE SIGMUND FREUD

No seu ápice a cocaína encantou o mundo e era remédio para dores físicas e psíquicas. Já esteve desde em receitas de doces para crianças, ao vinho do Papa Leão VIII



        A cocaína é um sal retirado das folhas dos arbustos de coca. Uma substância que foi sintetizada pela primeira vez em 1859 pelo químico alemão Albert Niemann, durante a elaboração de sua tese para doutorado. Explorada em diversos meios, a coca já foi receitada como um maravilhoso estimulante, anestésico, no tratamento do vício em morfina, transtornos de depressão, problemas sexuais, e outros.

        A folha de coca, de onde provem a cocaína, é um dos estimulante naturais mais antigos e potentes de que se tem registro. Existem provas concretas de que essas folhas eram consumidas por tribos astecas há cinco mil anos atrás. No entanto, consumir folhas de coca, ainda que em grande quantidade, leva apenas a absorção de uma mínima porção de cocaína. A cocaína em si só tem seu grande efeito após o refinamento. O refinamento da folha de coca é proibido em países da América do Sul, como Bolívia, Colômbia e Peru, de onde a planta é natural e o cultivo é permitido.


Coca-arbusto, originária da América do Sul

        Sigmund Freud é um dos mais famosos usuário de cocaína. Adorador da droga, a qual se referia como "substância mágica", o pai da psicanálise chegou a receitar doses diárias para  pacientes, amigos e para a esposa, além de também escrever diversos artigos e uma longa monografia sobre a cocaína.

        No ano 1885 a fabricante de medicamentos Park Davis vendia cocaína em cigarros, em forma pó, ou líquido para ser injetado. Na época a empresa fazia propaganda dos efeitos da droga, e tinha o lema: "substitui a comida, os silenciosos ficam eloquente, os covardes ficam corajosos, e os sofredores, insensíveis à dor!". Não demorou para a cocaína ser vendida como ingrediente principal de diversos produtos, até pirulitos e doces infantis

        A droga seguiu sendo usada livremente, e de certo modo promovida pelo cinema e pela literatura. Exemplo, o personagem da ficção policial, Sherlock Holmes, que injetava na veia a substância.

        A Coca-Cola ganhou sua enorme popularidade devido a ideia do farmacêutico americano John Pemberton de acrescentar cocaína ao seu novo refrigerante Coca-Cola, em 1886. Mais tarde, em 1903, após sofrer com a pressão popular, a Coca-Cola foi obrigada a retirar a cocaína de sua fórmula original.

        A cocaína, até então considerada a droga dos ricos  por ser cara, chegou as mãos das classes médias e baixas no começo do século 20. Nos EUA seu consumo abusivo nesse século gerou pavor as autoridades. Em 1912 foram registradas cerca de 5 mil mortes causadas por cocaína. O governo dos EUA se viu obrigado a proibir a droga em 1914. No Brasil, a proibição da cocaína se deu em meados de 1922, após a overdose de cocaína virar "moda".

        Um dos grandes motivos de a cocaína ter esse grande poder viciante e a ação produzida sobre a via misolimbia, conhecida como via da recompensa, uma das vias de prazer do cérebro.

        Hoje sabe-se que a cocaína envenena o sistema nervoso, causa malformações cerebrais, perda de memória, perfuração nasal, entre outros muitos problemas, além da morte. Acredita-se que a maioria da cocaína vendida nos dias de hoje é mistura a anestésicos locais, amido de milho, quinino ou açúcar, o que aumenta sua toxidade.

        Depois da Cannabis, a cocaína é o estupefaciente mais consumido no mundo. Nos EUA, maior consumidor de drogas global, seu tráfico gera em média meio bilhão de dólares anualmente.

Propaganda de pirulito com cocaína, final do séc. 19


 Principais fontes: Mundo Sem Drogas, Scielo, Conteúdo Jurídico, 99 Wow, e Wikipédia.

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