OS BUDISTAS QUEIMADOS

Autoimolação, uma forma de luta dos religiosos pacifistas no oriente

Famosa foto de Thích Quảng Đức colorida digitalmente   

        A autoimolação é uma prática utilizada na ocidente há muito tempo. Ela envolve na maioria dos casos o ato de atear fogo ao próprio corpo, quase sempre como protesto ou martírio.  Nem sempre a pessoa precisa necessáriamente se incendiar nesse metódo. No hinduismo e xintoísmo, por exemplo, a autoimolação espiritual também é aceita, embora não tenha nenhum impacto na midia.

         O caso mais famoso de autoimolação ocorreu em 1963, quando o monge budista Thích Quảng Đức, de 66 anos, ateou fogo ao próprio corpo, na cidade de Saigon, Vietnã do Sul. A atitude foi um ato de protesto contra a política religiosa do governo chinês. Com esse feito o monge se tornou um bodisatva (espírito que está próximo a se tornar um buda) para os budistas, principalmente depois de ser dito que seu coração foi achado intacto, mesmo após ter  sido re-cremado. O órgão em questão foi guardado em uma torre, e posteriormente roubado pelo exército chines.

Autoimolado na praça Tiananmen
          A atitude desse monge inspirou uma série de auto-imolação dos religiosos budistas na mesma época, causando pressão ao governo de Ngo Dinh Dien, que acabou sendo assassinado em um golpe militar.

       A foto de Thích Quảng Đức  em chamas no meio da rua é mérito do fotojornalista americano Malcom Browne, que ganhou um Pulitzer, prêmio dado a pessoa que realizam trabalhos de excelência no jornalismo, na literatura, ou na múcia. Além disso, a imagem também foi escolhida foto do ano pela World Press Photo, organização sem fins lucrativos que prestigia trabalhos fotojornalístico. Uma reportagem feita na mesma época sobre incidente, escrita pelo repórter  David Halberstam, também recebeu um Pulitzer.

         No final da década de 90 a autoimolação voltaria a se tornar mundialmente popular, mais uma vez como uma forma de protesto ao governo chinês. Na ocasião o governo e a Organização de Segurança Pública da China estavam muito preocupados com o número de praticantes do método budista Faluh Gonge (Prática da Roda Livre, traduzido do mandarim) e resolveram persegui-lo. O método, que na época chegou a ter por volta de 70 milhões de adeptos, pregava a busca pela eliminação dos afetos e o alcance a iluminação espiritual. A censura e a perseguição governamental acarretou em uma série de protestos, onde muitas pessoas chegaram a atear fogo em si mesmas. Os atentados mais famosos na época foram os acontecido na praça Tiananmen, em janeiro de 2001, onde cinco pessoas de incendiaram ao mesmo tempo. Felizmente todas foram socorridas a tempo e conseguiram sobreviver aos ferimentos.

        Mais uma vez contra o controle Chines, a monja tibetana Palden Choetso, de 35 anos de idade, ateou fogo em seu corpo, queimando até a morte, em 3 de janeiro de 2011. O vídeo de sua morte impactou o mundo:




         A autoimolação no hinduísmo e xintoísmo também é aceitável como forma de protesto, renúncia ou demonstração de devoção. Na índia, por exemplo, ocorria uma prática conhecida como sati, ou sattee, onde viúvas se lançavam as chamas da fogueira dos seus maridos que estavam sendo cremados. Em 1829 o governo baniu esse tipo ritual, mas algumas mulheres da zona rural ainda o praticam até hoje.

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