PESSOAS SOLITÁRIAS

Um dos prejuízos da solidão pode ser a diminuição da expectativa de vida

Fonte da Imagem: The Daily Californian

         Paola é uma jovem de 28, que todos os dias fazia apenas o único e mesmo trajeto, de sua casa para o trabalho. Agora nessa nessa pandemia, Paola conseguiu ficar três meses sem sair de casa. Ela desenha, e passa a maior parte do tempo rabiscando em folhas de cartolina e de caderno, olhando tevê e fuçando nas redes sociais. Desde que se lembra, tenta manter o máximo de distância possível do contato humano, se sentindo incomodada quando tem que interagir com outras pessoas. Ela sempre foi assim, desde que se lembra, e não sabe o motivo.

       Ao contrário do que muitos pensam, a maioria das pessoas como Paola não carecem de habilidades de convívio social, mas temem esse tipo de interação, por seus cérebros darem mais atenção a possíveis ameaças nos diálogos, fazendo com que se sintam inseguras e nervosas nos momentos em que se comunicam. Isso é o que diz o artigo da  Science of Us, publicado em 2008.

       Além da predisposição genética, e a óbvia influência do ambiente, mostrado em um estudo publicado na revista Neuropsychopharmacology, feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia (UC), nos EUA, a solidão também seria uma traço de personalidade herdado dos nossos antepassados das cavernas. 

       Na época dos homens primitivos, as pessoas que viviam em isolamento dos outros grupos, supostamente teriam que se manter mais atentas a qualquer sinal de ameaça se quisessem sobreviver. A ideia é que esse instinto permanece até hoje, principalmente nas pessoas mais solitárias.

       Infelizmente, pessoas que vivem solitárias tendem  a ter uma expectativa reduzida de vida. Por sua tendência à pensamentos negativos, muitas vezes desenvolvem transtornos depressivos, além de esquizofrenia e transtorno bipolar, que podem afetar o corpo em muitos sentidos negativos. Ainda de acordo com outro estudo feito pela mesma Universidade da Califórnia, a solidão é a causa para o declínio funcional em pessoas com mais de 60 anos.


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