O LAMPIÃO DA ESQUINA

      Nascido em plena ditadura militar no Brasil, o Lampião da Esquina foi um jornal alternativo, em formato tabloide, voltado para o público LGBT, com pautas raciais, feministas e da luta proletária. Com tiragem de até 25 mil por edição, no jornal se encontravam criticas políticas, textos de humor, reportagens de cultura, ensaios, e uma seção de cartas, além de entrevistas com grandes personalidades. 

Fonte: Grupo Dignidade

       A ideia de um jornal voltado para o público gay, veio do jornal norte-americano Gay Sunchine, lançado na década de 60, na Califórnia. Inspirados nesse jornal, a equipe do Lampião era formada somente por homossexuais, com grandes nomes, dentre eles seus editores, o escritor João Silvério Trevisan, e o jornalista e dramaturgo Agnaldo Silva. 

       As edições do Lampião da esquina eram carregas de ironia, e seus textos eram escritos com o vocabulário LGBT, tendo um glossário acompanhando cada edição, para o caso do leitor ficar em dúvida quanto algum termo. 

       O que possibilitou a existência do Lampião da Esquina na época, foi um momento de "suavização" da censura militar da época. Mesmo assim, o jornal era vendido as escondidas as escondidas nas bancas, e isso foi uma das razões para o seu fim depois de 3 anos, ainda que ele seja considerado um jornal sucesso, graças aos temas que conseguiu colocar em pauta na sociedade.

       Considerando o rumo editorial que o jornal teria que tomar para continuar na ativa, o Lampião foi encerrado depois de 37 edições, entrando para a história do jornalismo brasileiro, como um grande marco da cultura.


Principais fontes: Grupo Dignidade e Renan Wilbert.

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