UM SUCESSO POLÊMICO

Autor de "Trainspotting" conta o que há de bom na heroína

Irvine Welsh. Fonte: Daily Record

         Irvine Welsh é um dos maiores nomes da literatura transgressiva. Nascido em Edimburgo, Escócia, publicou seu primeiro livro, Trainspotting, em 1993. Nele Irvine conta as histórias de cinco jovens da classe trabalhadora de Edimburgo, viciados em heroína. Baseado em experiências do próprio Irvine, o livro foi sucesso de vendas no mundo todo, e é considerado o romance mais furtado da história do mercado editorial britânico. Trainspotting foi adaptado para o cinema em 1996, por Danny Boyle, e isso ajudou a tornar  muito popular a escrita irônica e carregada de humor caustico de Welsh.

        Na década de 80, enquanto perseguia o sonho de se tornar um cantor punk, Irvine se viciou em heroína. O vício, que inspiraria muitas de suas histórias, ficou por 18 meses presente na sua vida. Em 2018, em entrevista  ao The Guardian, o escritor contou o que há de tão bom nessa droga:

        “É uma tremenda sensação de bem-estar a ponto de você realmente não dar a mínima para nada. Serve para ter aquela sensação de invencibilidade. O bom da heroína, e o pior, é não ter que lidar com outras pessoas. Claro, é uma ilusão completa. Você pode estar sentado na sua própria merda, em um apartamento de merda, mas isso lhe dá aquela ilusão de força, poder e bem-estar. E você pode ver por que as pessoas que não têm nenhum senso de empoderamento aceitariam isso. Mas no final você está tomando heroína  apenas para evitar ficar doente, ao invés de ter aquela sensação de euforia ”.

        Atualmente o autor é um homem mais ponderado com as drogas, consumindo apenas algum vinho, e de vez em quando uma dose do psicodélico DMT, que ele considera transformador.

        Irvine Welsh está sempre em movimento, escrevendo livros, e materiais para a tevê ou o cinema. Ele se considera um obsessivo-compulsivo pelo trabalho, além de também um anarquista punk-rock com medo de relacionamentos.


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