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Mostrando postagens de agosto, 2020

SER ADVOGADO CRIMINALISTA

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        Augusto de Arruda Boteiro é advogado criminalista, especialista em direito penal, e um dos fundadores do "Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD)". Ele se tornou muito popular por sua participação no quadro "O Grande Debate" da CNN, permanecendo no posto de debatedor por um bom tempo, na responsabilidade de substituir a carismática advogada Gabriela Prioli.        Convidado do Flow Podcast, Augusto explicou questões muitos interessantes relativas a sua função como advogado criminalista. Nesse recorte da entrevista ele explica a questão de defender acusados. H

JORNALISMO INTERATIVO

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"O jornalismo é um objeto em movimento. Algo semelhante a um tornar-se , em vez de um ser",  Mark Deuze Fonte: Shutterstock         As tecnologias da informação evoluíram tanto, que mesmo se o jornalista fosse o Batman, ainda estaria longe de conseguir acompanhar todos os dados que podem render boas matérias. Com esse imenso fluxo de informações, com todo mundo produzindo conteúdo, é difícil filtrar o que vale a pena aproveitar. Com a competição dos veículos de notícia cada vez mais acirrada, o melhor para um jornalista é estar atento, e tentar conseguir toda a ajuda que puder.        Segundo Bassey Etim, editor de assuntos comunitários do The New York Times, até mesmo os comentários dos leitores devem ser tratados como conteúdo jornalístico. Levando em consideração esse tipo de pensamento, se abriu espaço para o "jornalismo interativo", que nada mais é  do que a ajuda do público amador como fonte de informações e ajuda para filtrar os dados que podem ser relevantes

MUITO SENSACIONALISMO

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 A maldita "imprensa amarela", sempre fazendo de tudo para chamar atenção Fonte: History The Yelow Kid        Imprensa amarela não é o termo mais usado no Brasil, mas foi ele que deu origem ao nosso "imprensa marrom". Dissemos marrom para fazer alusão as fezes, quando nos referimos a mídia que usa matérias que apelam ao sensacionalismo para conquistar o público. Por que amarela? Porque em meados de 1890 houve uma guerra entre dois jornais norte-americanos, o  New York World   e o New York Journal American , envolvendo um personagem das tirinhas de jornal que usava uma camiseta amela, popularmente conhecido como "A Criança Amarela (The Yelow Kid)".  Ambos os jornais usavam o personagem para fazer suas criticas, que vinham escritas na camiseta dele. A questão é que um dos jornais, se não me engano o New York World, de Joseph Pulitzer, entendia que o New York Journal, de  William Randolph Hearst, roubou o personagem que seu jornal criou. Isso levou a uma comp

A DIFERENÇA ENTRE LOUCURA E PSICOSE

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       Um relato muito interessante do psiquiatra Christian Dunker para a  Casa do Saber. Se baseando no livro a História da Loucura, de Michel Foucault, Dunker valoriza o louco, reconhecendo seu papel histórico e o potencial que a loucura tem na produção de conteúdo intelectual.        Assistindo ao vídeo, não pude deixar de lembrar de um excelente jornalista amigo meu, que meses atrás passou por uma internação. Pobre coitado, durante uma semana não conseguia nem formar uma frase. Só voltou a andar depois de um mês, e não tinha nenhuma problema físico. Mas  agora ele está muito bem. Nem parece o mesmo sujeito que tiveram que sedar para tirar de dentro de um sofá. 

CONHECENDO UMBERTO ECO

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k Fonte: Extra       Umberto Eco foi um italiano entendido em muitas coisas. Ele era filósofo, especialista em museus, professor de comunicação, designe de artes, e autoridade em São Tomás de Aquino. E além disso tudo, também era um grande escritor.        Com certeza "Número Zero" não deve ser o melhor livro de Eco. Talvez o melhor seja "O Pêndulo de Foucault", como diz o próprio autor, ou "O Nome da Rosa", que ganhou o Prêmio Pulitzer. Mas foi com Número Zero que tive o primeiro contato com sua obra. Uma obra pela qual sempre mantive respeito.         Os romances de Umberto Eco são quase sempre históricos. Demoram anos para ficarem prontos, devido a toda pesquisa necessária. Mas com Número Zero foi diferente. Como o autor disse em entrevista a jornalista Ilze Scamparine, enquanto os livros anteriores tinham mais a ver com uma sinfonia de Gustav Mahler, esse está mais para uma obra de Charlie Parker. Também sendo um livro baseado nas experiência de Umbert

MOVIMENTO CONTRA A VIDA

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Manifestantes queriam impedir que criança violentada interrompesse a gestação Fonte: Digital Image Free        Na manhã do último domingo, a maternidade do Cisam no Hospital de Pernambuco foi cercada por centenas de pessoas tentando evitar que uma menina de 10 anos realizasse seu procedimento de aborto garantido por lei. Olímpio Moraes Filho, diretor executivo do hospital, teve a ideia de despistar a multidão que aguardava a chegada da criança, enquanto o carro que a trazia entrava com ela escondida no porta-malas.        Xingamentos vinham de todas as partes, inclusive de políticos, segundo Olímpio. Direcionados não apenas aos médicos e ao hospital, mas a todos que entravam no prédio, e principalmente a menina, que foi chamada diversas vezes de assassina.        "Me assusta a organizaram deles. Vieram desde o Espírito Santo tentando obstruir o acesso ao direito dessa criança ao seu direito", disse o médico. Em entrevista ao My News , o diretor disse que a intenção do grupo e

CAPOTE, O FILME

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       A fascinante história do trabalho investigativo do gênio do jornalismo literário, Truman Capote, sobre o massacre de uma família tradicional do interior do Kansas, cometido por uma dupla de ladrões. De cara, um ponto positivo do filme é  Philip Seymour Hoffman no papel de Capote, em seu melhor trabalho de atuação, sem dúvida. Seymour Hoffman e Truman Capote       Naquela manhã enquanto tomava seu café, uma nota no jornal chamou a atenção de Truman Capote. Seu faro de reportagem viu a profundeza que poderia haver por detrás daquelas poucas e singelas palavras no jornal. Assim, seguindo seu instinto, sua obra prima foi escrita. "A Sangue Frio", a história do assassinato, da investigação, e do impacto que a morte de toda uma família do interior da cidade teve nos moradores. O livro se tornou um dos mais famosos do jornalismo mundial, influenciando a maneira como as narrativas documentais são construídas.       O filme é bastante parado, foca muito na atuação de Hollfman e

O ASTRO, TOM WOLFE

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        Vindo de família abastada, com um com pai PhD em agronomia e grande fazendeiro na Virginia, Tom Wolfe, que já nasceu com o brilhantismo no sangue, teve todas as condições para se desenvolver intelectualmente e acabar se tornando um ícone do jornalismo mundial.  Fonte: Rolling Stones       O menino Wolfe era um gênio. Logo na infância começou a escrever a biografia de Napoleão, personagem por quem sempre foi aficionado. Wolfe passava horas sentado na escrivaninha da biblioteca, sendo visto pela família através da janela que dava para o grande jardim, martelando as teclas da máquina escrever Remington da mãe. Além da biografia de Napoleão, o jovem também escreveu e ilustrou uma biografia de Wolfgang Mozart.       Quando começou sua carreira no Post, dois anos depois de finalizar sua tese do curso de jornalismo, Wolfe chamou a atenção por suas experimentações nos textos de reportagens. Como a maioria deve saber, Wolfe é um dos pais do novo jornalismo, estilo que surgiu nos anos 60

JORNALISMO HOME OFFICE

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Modelo de trabalho muito implantado na pandemia pode ser perfeito para a profissão Fonte: Big Work Image        Com o avanço das tecnologias e a velocidade com que a informação circula, o trabalho home office tem se mostrado a melhor escolha em muitas áreas de atuação. Uma dessas áreas, sem dúvida, é o jornalismo.         Existe algo feito na redação que hoje um jornalista não possa fazer em sua casa? Com essa divisão de tarefas abstrata que temos atualmente e a gama enorme de recursos digitais facilitando a interação humana e o desenvolvido das matérias, a tendência é que cada vez mais o agrupamento de jornalista em uma redações vá diminuindo. Segundo Antonio Fidalgo, professor de Ciências da Comunicação na Universidade da Beira Interior, o que nos espera no futuro é uma geração de jornalistas "Mcgyver". Ou seja, cada vez mais profissionais que se "virem" com que tem, prestando serviços semelhante ao freelancer.       Para a empresa, sem dúvida o trabalho home offi

A MORTE DE HEMINGWAY

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“Um homem pode ser destruído, mas não derrotado”, Ernest Hemingway Fonte: Biblioteca e Museu Presidencial John F. Kennedy          Ernest Hemingway  costumava acordar religiosamente às cinco da manhã, todos os dias, e seguir escrevendo até o meio-dia, sem intervalos. Não deixava que nada interferisse com essa rotina. Segundo os filhos, escrever era tudo para o pai. A ideia de um dia não poder mais escrever aterrorizava Hemingway, e foi sua disciplina com a arte que colocou seu nome ao lado do de Shakespeare, como um dos maiores da literatura mundial.          Como pai, Hemingway era muito ausente. Gostava mesmo era de ficar viajando sozinho pelo mundo, a procura de aventuras. Mas quando estava com o pai,  seus filhos dizem que ele fazia com que se sentissem a coisa mais importante do mundo. Para o escritor, cada um dos rapazes tinha que ser melhor que o outro em algo, e a principal atividade que faziam juntos era caçar.           A caça era um dos hobbies favoritos de Ernest, e ele era

O CANHÃO ATÔMICO DE 280MM

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       Essa poderosa máquina de letalidade em massa podia lançar mísseis nucleares a distâncias assustadoras.  O míssil do vídeo abaixo, por exemplo, alcançou mais de onze quilômetros de longitude, criando uma explosão de 15 quilotons no campo de testes de Nevada. Um quiloton a menos que a bomba de Hiroshima. Com certeza uma arma projetada para colocar um fim no mundo.        Em 1953, foram fabricados 20 canhões de 280mm como esse. Por sorte, nenhum deles foi usado em batalha.

ROBÔS FAZENDO O SEU JORNAL

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A parceria dos algoritmos com o tradicional impresso Fonte: Nieman Lab       Como competir com toda essa energia produtiva que temos na internet e alcançar o público que já se encontra sobrecarregado de conteúdo? Com a evolução da internet, o direito de produzir informação está na mão de quem pode pagar as mensalidades, e não se precisa muito para uma nova marca arrecadar um grande público. Hoje, mais do que nunca, as  empresas tradicionais de noticia estão correndo atrás de novas ideias que façam suas notícias terem voz  no meio dessa balbúrdia informacional.      Em 1656 saíram as publicações do primeiro jornal impresso do mundo. O alemão Einkommende Zeitungen (Notícias Recebidas). No Brasil o primeiro jornal só foi aparecer em 1821, com a Gazeta do Rio de Janeiro. E por centenas de anos a notícia impressa em jornal foi a principal foi de informação no mundo, mas isso já está mudando há algum tempo, e pode acontecer desse veículo desaparecer se não mudarem a maneira com estão sendo f

TRANSMETROPOLITAN

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Só ele pode trazer a informação que importa nesse universo k Fonte: DC Vertigo         Jerusalem Spider estava há cinco anos isolado em sua cabana, em meio as montanhas, em algum lugar dos EUA.  Foi um escolha sua se distanciar do contato humano, era o que ele queria, viver em paz com seus pensamentos, suas armas e suas drogas. Estava indo tudo conforme o seu planejado, até o telefone tocar naquela manhã. Era um dos editores malucos daquele universo cyberpunk querendo os dois livros que o jornalista e escritor lhe devia, segundo o contrato que havia assinado.        Assim começa a primeira das 60 histórias de Transmetrolitan, revista em quadrinhos do selo Vertigo, criada em 1997 pelo escritor Warren Ellis e o desenhista Darick Robertson.         Jerusalem se viu obrigado a deixar seu precioso isolamento e voltar para a vida de jornalista, em meio ao caos urbano. Ele não demorou para conseguir um emprego como colunista em uma revista, um pequeno apartamentos para escrever, e até um anim

"GONZO", UM DELÍRIO AMERICANO (LEGENDADO)

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Hunter S. Thompson (1937/2005)       O dr. Hunter S. Thompson era um viciado em violência. Adorava se drogar e atirar com suas dezenas de armas durante a madrugada, contra as montanhas, em seu sítio no Colorado. Mas além disso, era um escritor brilhante e criou até um estilo de narrativa jornalística.       Esse documentário, narrado por um amigo próximo de Hunter, o ator Johnny Depp, conta curiosidades da vida do grande escritor americano. Um pouco de como ele se tornou um grande nome da literatura.  

PENSAMENTOS DE MORTE

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Brasil está em oitavo no ranking dos países que mais cometem suicídio Fonte da imagem: Shutterstock          Há menos de uma semana aconteceu de uma pessoa próxima da minha família ser encontrada pela esposa, dependurado no corrimão da escada de casa. Ela correu na cozinha para pegar uma faca, e conseguiu chegar a tempo de cortar a corda e impedir a morte por asfixia, mas o legista disse que a cabeça acabou batendo com tanta força no chão que causou uma morte instantânea.        Essa pessoa não apresentava nenhum sinal de transtorno depressivo, ou dava sinais de qualquer melancolia. Em seus últimos dias ele agia naturalmente, e nem os dois filhos ou sua esposa suspeitavam que fosse capaz de tirar a própria vida.       Pessoas com "ideação suicida" são as que menos cometem suicídio. Falar no assunto pode evitar que ele aconteça.        Nesse período de pandemia, a preocupação  das redes de saúde mental com o risco de suicídio aumentou. Principalmente pelas redes de atendimento

A ESTÉTICA DO FATO

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As técnicas literárias no meio noticioso Truman Capote, grande nome do "new journalism"           New journalism (ou novo jornalismo) é o nome dado ao estilo de texto jornalístico que segue padrões literários quando reporta os acontecimentos. "A estética do fato", como dizia o jornalista brasileiro Alberto Dinis. O estilo ganhou popularidade na década de 50 com o artigo sobre o ator Marlon Brando, "O duque em seus domínios", escrito por Truman Capote para a revista The New Yorker.         "A escrita tem as suas próprias leis de perspectiva, de luz e de sombras. Como a pintura e a música. Se nasces com elas, perfeito. Se não, aprende-as. Em seguida, reorganiza as regras à tua maneira" - Truman Capote.         Ao lado de Truman Capote, Gay Talese, Norman Mailer, e Tom Wolfe são outros ícones do new journalism . Para Wolfe, o objetivo da técnica é oferecer ao leitor um texto tão emocionante quanto uma trama ficcional.         Os primeiros parágrafo

DEZESSEIS DIAS COM SANTOS DUMONT

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Relato integral do repórter Ernesto Senna sobre os dias que passou com o pai da aviação brasileira         Ernesto Senna foi um repórter carioca que não dispensou a proposta feita pelo jornal onde trabalhava, o extinto Jornal do Commercio, de acompanhar a visita de Santos Dumont ao Rio de Janeiro. Não foi por acaso que escolheram Senna para essa missão. Ele possuía um estilo muito distinto de narrar suas histórias. Algo que se enquadraria mais tarde no caráter do new jornalism.  Por esse motivo, há quem chame Senna de percursor desse estilo de jornalismo no Brasil.         O texto:   Ernesto Senna (1958/1913)           Santos Dumont : magro, rosto alongado, olhos irrequietos e poucos vivos, emoldurados por uma aureola vermelha, com vestígios de suas alongadas vigílias de pesquisa. Bigode de pontas aparadas e curtas. Lábios deixando entrever uma carreira de dentes muito alvos, cumpridos e uniformes. Nariz afilado e pequeno de narinas dilatadas, orelhas pouco grande de lóbulos ligados a